Beijos de Algodão: junho 2006

Árvore

Forço e quero ao fundo delicadamente
como subindo no sentido da seiva
espraiar-me nas folhas verdejantes,
espaçado vento repousando em taças,
mão que se alarga e espalma em verde lava,
tronco em movimento enraizado,
surto da terra, habitante do ar,
flexíveis palmas, movimentos, haustos,
verde unidade quase silenciosa.

António Ramos Rosa (in Ocupação do Espaço)

Os nomes dos mais pequenos..

O amor é uma companhia

Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só .
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa.
E vê menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma cousa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas,
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto
na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela
no meio.

Fernando Pessoa

Outra vez o mar...

Uma Bailarina Cor de Rosa chamada Mafalda...

The Wood of Flowers

I went to the Wood of Flowers,
No one went with me;
I was there alone for hours;
I was happy as could be,
In the Wood of Flowers!

There was grass
On the ground;
There were leaves
On the trees;

And the wind
Had a sound
Of such sheer
Gaiety;

That I
Was as happy
As happy could be,
In the Wood of Flowers.

in "A Child's Book of Irish Rhymes" - Alice Taylor & Nicola Emoe